As Religiões da Antiguidade


RELIGIÕES DO EGITO

Até a unificação dos povos do vale do rio Nilo e o surgimento das dinastias dos faraós (3.000 a.C.), existem no Egito vários grupos autônomos, com seus próprios deuses e cultos.

Durante o período dinástico (até 332 a.C.) os egípcios são politeístas.

Os faraós são considerados personificações de deuses e os sacerdotes constituem uma casta culta e de grande poder político.

O monoteísmo acontece apenas durante o reinado do faraó Amenofis IV, que muda seu nome para Akenaton, em homenagem ao deus-sol. As pirâmides e os templos são alguns dos registros da religiosidade do povo egípcio, da multiplicidade de seus deuses e do esplendor de seus cultos.

DIVINDADES EGÍPCIAS

A principal divindade é o deus-sol (Rá). Ele tem vários nomes e é representado por diferentes símbolos: Atom, o disco solar; Horus, o Sol nascente.

Os antigos deuses locais permanecem, mas em segundo plano, e as diferentes cidades mantêm suas divindades protetoras.





Várias divindades egípcias são simbolizadas por animais:


  • Anúbis, deus dos mortos, é o chacal.
  • Horus, deus dos céus do Sol e da Lua, é um falcão
  • Hathor, deusa do amor e da alegria, é a vaca.
  • Khnum, deus das fontes do Nilo, é o carneiro.
  • Sekmet, deusa da violência e das epidemias, é a leoa.

Nas últimas dinastias difunde-se o culto a Ísis, deusa da fecundidade da natureza, e Osíris, deus da agricultura, que ensina as leis aos homens.

RELIGIÕES DA MESOPOTÂMIA



A Mesopotâmia é a região delimitada pelos vales férteis dos rios Tigre e Eufrates (atual sul da Turquia, Síria e Iraque). Ali surgem povos e civilizações tão antigas como a do Egito: os sumérios e os semitas, estes divididos em acádios, assírios e babilônios. Os sumérios são os primeiros a inventar a escrita - os caracteres cuneiformes. Descobertas arqueológicas e a decifração da escrita cuneiforme têm revelado as tradições culturais e religiosas desses povos. Entre os documentos decifrados destacam-se alguns anteriores ao século XV a.C.: o código de Hamurabi, com as leis que regem a vida e propriedade dos súditos do imperador Hamurabi (1.728 a.C.?-1.686 a.C.?); Enuma elis, poema babilônico da criação, e a Epopéia de Gilgamesh, relato da vida do lendário soberano de Uruk, cidade suméria nas margens do rio Eufrates.

DEUSES SUMÉRIOS

Os primitivos deuses sumérios são Anou ou An, deus-céu; Enki ou Ea, que ora aparece como deus-terra, ora como deus-água; Enlil, deus do vento e, mais tarde, deus da terra; Nin-ur-sag, também chamada de Nin-mah ou Aruru, a senhora da montanha.

A hierarquia entre esses deuses muda com o tempo. No início da civilização suméria, Anou ocupa a principal posição. Depois, o deus supremo passa a ser Enlil, considerado o regente da natureza, o senhor do destino e do poder dos reis.


DEUSES DA BABILÔNIA


Os semitas (babilônios e assírios) incorporam os deuses sumérios, trocam seus nomes e alteram sua hierarquia. Anou, Enki e Enlil (chamado de Bel) permanecem como deuses principais até o reinado de Hamurabi. Eles veneram Sin, o deus-lua, e Ishtar ou Astarté, deusa do dia e da noite, do amor e da guerra. No reinado de Hamurabi, o deus supremo passa a ser Marduk, o mesmo Enlil dos sumérios e Bel dos primeiros babilônios, porém mais poderoso.

Chamado de pai dos deuses ou criador, Marduk sobrevive com o nome de Assur, deus supremo da Assíria, quando esse povo domina a Mesopotâmia.

CULTOS E RITUAIS DA MESOPOTÂMIA

A relação com os deuses é marcada pela total submissão às suas vontades e pelo sentimento de impureza, expresso nos salmos de penitência para implorar o perdão. /

Os deuses manifestam suas vontades através de sonhos e oráculos. Os antigos sumérios procuram obter as graças divinas por meio de sacrifícios regulares e oferendas. Cada deus tem uma festa especial. Os sumérios acreditam na vida após a morte, mas a alma não passa de uma sombra que habita as trevas de Kur, espécie de inferno.

RELIGIÃO GREGA

A Grécia antiga compreende o sul da península balcânica, a costa oeste da Ásia Menor (atual Turquia), as ilhas do mar Jônico e do mar Egeu e as regiões sudoeste e sul da península itálica (Magna Grécia). Durante o reinado de Alexandre, o Grande, incorpora também o norte do Egito. Os povos helênicos estabelecem-se em ondas sucessivas nessas regiões, assimilam e reelaboram a cultura local.

As divindades evoluem com o tempo e assumem diferentes significados. Embora exista um panteão de deuses comum a todos os gregos, cada cidade-estado tem seu próprio deus protetor, com seus cultos, rituais e festas específicos.

DEUSES GREGOS

Os deuses gregos representam forças e fenômenos da natureza e também impulsos e paixões humanas. Moram no Monte Olimpo e de lá controlam tudo o que se passa entre os mortais. O panteão grego inclui semideuses, heróis e inúmeras entidades, como os sátiros e ninfas, espíritos dos bosques, das águas ou das flores.


DEUSES OLÍMPICOS


O principal deus grego é Zeus, o pai e rei dos deuses e dos homens.

Cultuado em toda a Grécia, é o guardião da ordem e dos juramentos, senhor dos raios e dos fenômenos atmosféricos. Hera, irmã e esposa de Zeus, preside os casamentos, os partos, protege a família e as mulheres. Atena, ou Palas Atena, nasce da cabeça de Zeus, já completamente armada. É a deusa da inteligência, das artes, da indústria e da guerra organizada. Apolo, filho de Zeus e da deusa Leto, é o deus da luz da juventude, da música, das artes, da adivinhação e da medicina. Dirige o "carro do Sol" e preside os oráculos. Artemis, irmã gêmea de Apolo, é a deusa-virgem, símbolo da vida livre, das florestas e da caça. Afrodite, deusa da beleza, do amor e da volúpia sexual, é casada com Hefestos ou Hefaísto, filho de Zeus e de Hera, feio e disforme, protetor dos ferreiros e dos ofícios manuais. Hares (Ares), filho de Zeus e Hera, é o deus da guerra violenta. Poseidon ou Posídeon, irmão de Zeus, é o deus do mar. Hades, irmão de Zeus, governa a vida após a morte e a região das trevas - espécie de inferno grego. Deméter é a deusa da agricultura. Dionísio, deus da videira e do vinho. Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia, é o mensageiro dos deuses, protetor dos pastores, dos negociantes, dos ladrões e inspirador da eloqüência.



CULTOS E RITUAIS GREGOS

A religiosidade grega não se expressa através de textos sagrados.

Os deuses estão presentes em todos os aspectos da vida cotidiana, e são reverenciados por um conjunto de práticas e rituais realizados em bosques sagrados, templos ou cumes de montanhas. Os sacerdotes consagram a vida ao culto de um deus específico e, nos templos, presidem sacrifícios, transmitem e interpretam oráculos.



FESTAS E SANTUÁRIOS GREGOS

Os principais santuários do mundo grego são Delos e Delfos, em homenagem a Apolo; Olímpia, a Zeus; Epidauro, a Asclépio; Elêusis, a Deméter. Cada cidade grega tem sua própria festa em homenagem ao deus protetor. As mais importantes são a Panatenéia, em honra de Atena; as Olimpíadas, celebradas a cada quatro anos em Olímpia, com a organização de jogos em homenagem a Zeus; e as Dionísias, grande festa popular que inclui representações dramáticas, em homenagem a Dionísio, celebrada em Atenas e também em áreas camponesas.

RELIGIÕES DE ROMA


A primitiva religião dos romanos é formada pela fusão das tradições dos povos etruscos e itálicos, antigos habitantes da península itálica.

Tem acentuado caráter doméstico, expresso nas divindades protetoras da família (Lares), nas preces e oferendas rituais cotidianas, nos sacrifícios propiciatórios pela paz, para pedir bom tempo ou boas colheitas, e no culto aos mortos.

Cultuam inúmeras divindades menores (Numes), relacionadas com elementos naturais e com aspectos da vida humana. Com a expansão da República e do Império, os romanos incorporam tradições religiosas de povos conquistados, principalmente dos gregos.

A religião e cultos domésticos permanecem ao lado de uma sofisticada religião oficial, que inclui até os imperadores no panteão dos deuses.

PRIMEIROS DEUSES ROMANOS

Entre os deuses primitivos destacam-se Janus, que durante muito tempo reina sobre os demais deuses; Juno, protetora dos casamentos, das mulheres e dos partos; Júpiter, deus da claridade e dos fenômenos atmosféricos; Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade; Marte, considerado o "pai dos romanos", senhor da guerra e das atividades humanas essenciais; e Quirino, antigo deus da agricultura, muitas vezes associado a Marte.

DEUSES DA REPÚBLICA E DO IMPÉRIO

Durante a República, o panteão romano passa a ser dominado por uma tríade divina - Júpiter, Juno e Minerva - e começa a incorporação dos deuses gregos: Júpiter é Zeus, Juno é Hera, Minerva é Atena, Apolo transforma-se em Helius e sua irmã, Artemis, em Diana, a caçadora.

Hermes, o mensageiro dos deuses gregos, é o Mercúrio romano.

Poseidon, deus grego do mar, é assimilado como Netuno, seu irmão Hades é Plutão, e Cronos, deus primitivo grego, pai de Zeus, Netuno e Plutão, é associado à Saturno, também um antigo deus romano.

CULTOS ROMANOS

Na Roma primitiva os sacerdotes são pouco numerosos e os mais importantes são os dedicados ao culto de Janus. Os cultos são realizados não só em templos, como também nas próprias casas. Orações, sacrifícios e promessas compõem os rituais. Aos poucos, os sacerdotes ampliam seu poder político a ponto de confundirem-se com o Estado. Na República, o colégio dos pontífices já regula completamente a vida religiosa e, na época do Império, o cargo de pontífice máximo é disputado pelo próprio imperador.

RELIGIÕES DO IRÃ ANTIGO

A mais antiga civilização da região do antigo Irã, ao norte da Mesopotâmia, data do século XX a.C. Apesar de sucessivas ocupações pelos povos medas e persas, uma certa homogeneidade cultural é preservada até a invasão muçulmana, no século VII da era cristã.

A religião dos antigos iranianos está registrada nos Avestas, conjunto de textos sagrados escritos a partir do século VI a.C.

MASDEÍSMO

Religião naturalista e dualista, centrada no culto a Ahura-Mazda, deus da luz e criador do universo, que se opõem a Angra-Mainyu ou Ahrimanunha, senhor do reino das trevas.

Ahura-Mazda comanda as divindades luminosas e benévolas, como Mithra, deus-pastor, protetor das chuvas, mais tarde associado ao Sol, e Anahita, deusa das fontes e da fecundidade. Mais tarde, com o zoroastrismo, Ahura-Mazda é elevado a deus único.

ZOROASTRISMO

Religião centrada na pureza de coração e na prática das virtudes. Boas palavras, bons pensamentos e boas ações abririam o caminho para o paraíso, onde o bem suplantaria definitivamente o mal. Sua doutrina é registrada por seus discípulos nos Avestas, textos sagrados escritos a partir do século VI a.C.

ZOROASTRO

Ou Zaratustra, profeta e reformador religioso e social do século VI a.C. Aos 40 anos começa a pregar a existência de um deus único e a prática da virtude. Converte o rei meda Histaspes (ou Vishtaspa), pai do imperador Dario, e conquista grande influência. Realiza uma reforma religiosa: as divindades secundárias são excluídas e Mazda, um deus bom e sábio, passa à categoria de deus único.

ZOROASTRISMO ATUAL

O zoroastrismo sobrevive até hoje em populações do interior do Irã e na religião dos Parsis, grupo que foge da antiga Pérsia para a Índia após a invasão muçulmana. A comunidade parsis, instalada na região de Bombaim, reúne cerca de 100 mil pessoas. Veneram o fogo, praticam longas abluções (lavagens) e purificações à beira-mar e preservam o ritual de deixar os mortos sobre os lugares altos, chamados de torres do silêncio.

CULTOS MASDEÍSTAS

A terra, o fogo e as águas são sagrados. Para não poluí-las, os masdeístas não enterram seus mortos, considerados impuros. Os cadáveres são deixados em torres para serem devorados por aves de rapina.



Bibliografia:

conhecimentosgerais.com.br
fehet.blogspot.com