INTRODUÇÃO

As guerras que envolveram a Itália e posteriormente a força da Inquisição irão determinar um grande êxodo de artistas e intelectuais em direção à outros países; "Os grandes impérios começam a se formar, e o homem já não é a principal e única medida do universo".
Outros Nomes
Arte Maneirista, Estilo Maneirista, Maniérisme, Manierismo, Manierista, Maniériste, Mannerism, Mannerist, Style Maniére
CARACTERÍSTICAS

O termo Maneirismo foi utilizado por Giorgio Vasari para se referir a "maneira" de cada artista trabalhar. Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começam a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.
Muitos críticos consideram que o maneirismo representa a oposição ao classicismo e ao mesmo tempo, manteve-se como tendência artística até o desenvolvimento do Barroco, que marcaria a nova visão artística da Igreja Católica, após o movimento de contra reforma Alguns historiadores o consideram uma transição entre o renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um estilo propriamente dito.
Os artistas passam a criar uma arte caracterizada pela deformação das figuras e pela criação de figuras abstratas, onde não havia relação direta entre o tamanho da figura e sua importância na obra.
ARQUITETURA

Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes, coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade. Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo. Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.
Na arquitetura profana ocorre exatamente o mesmo fenômeno. Nos ricos palácios e casas de campo, as formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento. A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a
necessidade de renovação.
ESCULTURA
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista.

O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto. É dessa forma que o grande gênio da escultura, Giambologna, consegue representar, numa só cena, elementos iconográficos tão complicados como a de sua famosa obra O Rapto das Sabinas.
PINTURA
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria arte. Uma estética inteiramente original, distanciada dos cânones clássicos renascentistas, começa a se insinuar

Pode-se tomar como exemplo uma composição em que uma multidão de figuras se comprime em espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos, completamente irreais, e uma atmosfera de tensão permanente. Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os membros bem torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorções absolutamente impróprias para os seres humanos.
Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes, de um drapeado minucioso e cores brilhantes. A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras inadmissíveis. Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo. No entanto, a integração do conjunto é perfeita.
E é assim que, em sua última fase, a pintura maneirista, que começou como a expressão de uma crise artística e religiosa, chega a seu verdadeiro apogeu, pelas mãos dos grandes gênios da pintura veneziana do século XVI. A obra de El Greco merece destaque, já que, partindo de certos princípios maneiristas, ele acaba desenvolvendo um dos caminhos mais pessoais e únicos, que o transformam num curioso precursor da arte moderna.
Artistas que se Destacaram
Entre as obras de Giorgio Vassari (1511 - 1574), estão os afrescos do grande salão do Palazzo della Cancelleria, em Roma, mostrando a vida do papa Paulo 3º).
Entretanto, ele é mais conhecido por seu livro "A Vida dos Artistas" - uma das principais fontes de informações sobre a Itália Renascentista e por seus conceitos e opiniões artísticas que acabaram por pautar, durante longo tempo, o trabalho dos críticos e historiadores de arte que o seguiram.
Dentro do maneirismo, são colocados vários artistas que desenvolveram atividades no período e é grande a diversidade das obras.
Entretanto, podemos destacar outros nomes importantes que ajudaram na " formação" da escola (que até hoje não se encontra muito clara para os pesquisadores).
Além de Vassari, já mencionado, destacam-se Rosso Fiorentino (1494 - 1540) e Jacopo Pontormo (1494 - 1557), na pintura; Benvenuto Cellini (1500 - 1571) e Giovanni da Bologna (1529 - 1608), na escultura; e Giulio Romano (1492 - 1546), na arquitetura.
Bibliografia:
historianet.com.br
pitoresco.com.br
itaucultural.org.br
fehet.blogspot.com