A Biblioteca de Alexandria foi durante muitos séculos, mais ou menos de 280 a.C. a 416, uma das maiores e mais importantes bibliotecas do Planeta. Este valoroso centro do conhecimento estava localizado na cidade de Alexandria, ao norte do Egito, a oeste do Rio Nilo, bem nas margens do Mediterrâneo.
Afirma-se que ela foi criada em princípios do século III a.C., em plena vigência do reinado de Ptolomeu II do Egito, logo depois de seu genitor ter se tornado famoso pela construção do Museum – o Templo das Musas -, junto ao qual se localizava a Biblioteca. Sua estruturação, a princípio, é geralmente creditada ao filósofo Demétrio de Falero, então exilado nesta região; muitos afirmam ser dele a concepção deste espaço cultural, depois de convencer o rei a transformar Alexandria em concorrente da glória cultural de Atenas.


Durante sete séculos esta Biblioteca abrigou o maior patrimônio cultural e científico de toda a Antiguidade. Ela não apenas continha um imenso acervo de papiros e livros, mas também incentivava o espírito investigativo de cientistas e literatos, transmitindo à Humanidade uma herança cultural incalculável. Ao que tudo indica, ela conservou em sua estrutura interna mais de 400.000 rolos de papiro, mas esta cifra pode, em alguns momentos, ter atingido o patamar de um milhão de obras. Sua devastação foi realizada gradualmente, até ela ser definitivamente consumida pelo fogo em um incêndio de origem acidental, atribuído aos árabes durante toda a era medieval.
Apenas um em cada dez clássicos sobreviveu e durantes mil anos nada que chegasse perto de sua importância surgiu na humanidade. Imagino em que nível de evolução estaríamos se ela tivesse sido devidamente preservada.

- 88 a.C – Ptolomeu VIII pôs fogo em grande parte da cidade numa guerra civil e dispersou os estudiosos temporariamente
- 47 a.C – Júlio César, depois de escapar de ser assassinado, pôs fogo na frota de Alexandria, que por sua vez acabou queimando áreas da cidade, inclusive edificações que continham 40 mil pergaminhos
- 273 d.C – O imperador romano Aureliano reconquistou o Egito, queimando a parte de Alexandria onde ficava a biblioteca
- 391 d.C – O arcebispo cristão Teófilo incendiou propositalmente a segunda biblioteca de Alexandria, com 40 mil rolos, porque ela estava instalada num templo pagão de Serápis.
- 645 d.C – O conquistador muçulmano, califa Omar, respondeu a um de seus generais que lhe perguntou o que fazer com os famosos livros de Alexandria.
Disse ele:
![[alex1.jpg]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiPy-KPA1GErnZUbU6-yKILsmCCIYlNyQlo1s7ExJrcAXIGijTpcssVYJfBK1iNDtm_2aH9n7xjJ6dZ9-ccXSAqWTW3Mocgfjy71uXBvGW6zYJl-MF8oF1zGtgG0qKezEeiESlLUjeKMM6/s200/alex1.jpg)
Esta ancestral Biblioteca tinha a missão de conservar e disseminar valores da cultura de Alexandria. Muitas das obras que circulavam em Atenas foram para lá envidas; em seu âmbito ela abrigava matemáticos como Euclides de Alexandria, além de famosos intelectuais e filósofos, célebres nomes do passado. Lá também foram elaboradas significativas obras sobre geometria, trigonometria e astronomia, e igualmente sobre idiomas, literatura e medicina. Nesta mesma instituição eram produzidos e comercializados papiros.
![[books1.jpg]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPuQ-U_j8bMO-KljEtY74c8yxygx5LkVMirR06J7MZzlx1TbH7bOIGkaJsRqg8am6ALNrmA8tOwjFuzmcy9zDlf39ImOwC1H6xJ7TcVGovR2AOOfkdQ2fnCDLZbkQkOsyxxGJ8TUfL9J6E/s320/books1.jpg)
Afirma-se que os 72 sábios judeus que verteram as Sagradas Escrituras Hebraicas para o grego, produzindo assim a renomada Septuaginta, reuniram-se justamente na Biblioteca de Alexandria para realizar este intento. A própria Cleópatra era apaixonada por este espaço, sempre à procura de novas histórias, sozinha ou acompanhada por César, outro amante da cultura. Este centro irradiador foi, com certeza, o mais importante ponto de referência cultural e científico da Antiguidade.
Bibliografia:
infoescola.com
livroseafins.com
fehet.blogspot.com