Jardins Suspensos da Babilônia


Introdução

Após dias escaldantes pelo deserto, um viajante que chega pela primeira vez à cidade da Babilônia de 570 a.C. acaba intrigado com um ruído de cachoeira. Atraído pelo som, o forasteiro depara-se com uma montanha tropical – ela parece brotar do solo arenoso. A “montanha” tem seis terraços, apoiados em pilastras. Lá em cima, imponentes esculturas de touros e dragões espreitam entre as árvores, mas as pessoas circulam à vontade. E uma escadaria convida a juntar-se a elas nesse paraíso.
Teria o sol do deserto cozido os miolos do viajante? Eis uma polêmica entre os historiadores. Tudo o que se sabe sobre os Jardins da Babilônia vem de relatos de gregos somente do século 2 a.C., como Strabo e Diodoro. Segundo eles, o monumento foi erguido por Nabucodonosor II, entre 605 a 560 a.C., como um presente à esposa, Amytis. Ela teria saudade de sua terra natal, a Pérsia (atual Irã), repleta de florestas e montanhas. Em 1913, o arqueólogo alemão Robert Koldewey afirmou ter desenterrado ruínas que seriam dos jardins, mas apresentou poucas provas. E a mais misteriosa das Sete Maravilhas segue instigando nossa imaginação.

Foram construídos por Nabucodonossor, segundo historiadores do passado, para sua esposa e rainha, que ele tinha trazido da Média, e tinha "paixão pelos arredores montanhosos" de usa terra natual. A rainha, achando a cidade da Babilônia muito plana e depressiva, foi a inspiração para o rei criar o jardim cheio de terraços, para recriar o terreno verde e montanhoso de sua terra natal.



Esta fotografia, de 24 de junho de 1950,
 mostra o suposto local dos Jardins Suspensos da Babilônia


JARDINS SUSPENSOS

O nome Jardins Suspensos vem do grego, e não condiz com a realidade. Na realidade, os jardins eram construídos em andares, ao invés de serem suspensos, como o nome indica.

OS JARDINS


Hanging Gardens of Babylon
A construção dos jardins em terraços, fazia com que estes se parecessem com pequenas elevações, ou montanhas, com as árvores ao topo, sendo vistas de uma distância considerável por sobre as muralhas do palácio de Nabucodonossor. Sem dúvida, este fato fez perpetuar o sentido de ilusão e maravilha se perpetuasse e o termo jardins suspensos também, ao invés de sobrepostos. Os jardins botânicos com flores fragrantes e esculturas surgiam dentre picinas e fontes. Árvores frutíferas acentuavam as áreas retangulares cultivadas, sob a sombra das árvores. Água descia em cascata do lago reservatório por sobre a vegetação localizada em baixo.


LOCALIZAÇÃO

Os Jardins Suspensos estavam localizados no banco leste do Eufrates, num antigo bairro da cidade, entre as margens do rio e os palácios reais, hoje no nas terras do Iraque.

CONSTRUÇÃO

Os jardins suspensos foram construídos sobre uma fundação de poços em forma de arcos, e se erguiam até 75 pés. Eles eram revestidos de betume para ficarem à prova d´água, e feitos de tijolos cozidos e chumbo para manter os poços secos. A estrutura de terraços era coberta por rejeitos suficientes para suportarem grandes árvores e máquinas de irrigação. Restos de poços foram descobertos, o que sugere que a técnica de roldanas e baldes ou Doria deve Ter sido usada ali para levar a água até os pontos mais altos do terraço. Os Jardins eram, de fato, um grande jardim artificial, consistindo de um terraço de tijolos de cerca de 120 metros quadrados x 23 metros quadrados acima do solo. Pedras são muito raras na Babilônia, portanto como em todas as construções, eles eram feitos de tijolos. Os tijolos eram ocos, com interior de areia, de forma que as árvores maiores e outras plantas pudessem ser plantadas. Degraus permitiam a passagem de um terraço para o outro.


DRENAGEM

A construção dos jardins apresentavam também o desafio de não deixar que a água arruinasse a fundação quando fosse liberada pelos canais. Uma vez que pedras são difíceis de serem encontradas na Mesopotâmia, foram usados tijolos na construção dos mesmos. Os tijolos eram de argila misturados com palha em pedaços e cozidos ao sol. A seguir, aos tijolos era adicionado betume, uma substância semelhante à argamassa. Estes tijolos facilmente se dissolviam na água, o que não era um problema, pois chuvas eram raras na região. Entretanto, os jardins estavam freqüentemente submetidos à irrigação, portanto a fundação deveria ser protegida. Os terraços possuíam um sistema de drenagem interna avançado, que assegurava que toda umidade fosse levada para reservatórios de esgoto de tijolo cozido. Estes constituíam de depósitos inclinados, sobrepostos, como teto em ogiva.

IRRIGAÇÃO

A fim de irrigar as flores e árvores do jardim, escravos trabalhavam em turnos a fim de manter funcionando o sistema de roldanas e baldes que levavam a água do rio Eufrates até as picinas que distribuíam as águas por canais. O sistema de irrigação dos Jardins era inédito, pois raramente chovia na cidade da Babilônia. Uma bomba de correia consiste de duas roldanas, one sobreposta sobre a outra, ligadas por uma correia. Baldes estão dependurados na correia. Quando se acionam as roldanas, os baldes mergulham na picina e se enchem de água. No patamar inferior está uma picina cheia de água. . A correia levanta os baldes até os níveis superiores, onde os baldes são derramados nas picinas superiores. A seguir, a correia então carrega os baldes vazios até em baixo, para serem novamente cheios de água. A picina no topo dos jardins podia então liberar água para os jardins, através de diques que seguiam por canais que atuavam como rios artificiais para aguar os jardins. As roldanas tinham uma manivela e eixo, e os escravos forneciam a força necessária para acioná-las. Os canais eram feitos de tijolos, para que a água não destruísse as fundações. Os canais eram revestidos de metais que não oxidavam, tais quais zinco e bronze. Não foi encontrado ferro no sistema, portanto não sabemos se o ferro era conhecido na Babilônia, a não ser pelo que eles haviam coletado deste mineral através da queda de meteoritos. A figura abaixo mosta o sistema de irrigação dos Jardins Suspensos.

Jardins Suspensos Hoje



HILLAH, IRAQ, APRIL 21: Iraqis walk in front of Saddam Hussein's former palace on April 21, 2009 in the city of Hillah in Babil province about 50 miles south of Baghdad, Iraq. The Palace, which is adjacent to the remains of the ancient city of Babylon, was purged of anything of value by looters as Saddam's regime fell in April 2003 and then occupied by US and coalition forces until late 2006. The palace was opened to public who can visit it for about 85 US cents. Some of its surrounded villas have been converted into hotel rooms which can be rented for about USD170 a night.
Nabucodonosor escreveu que esperava que futuros reis expandissem seu império. Nos palácios que construiu, ele utilizava tijolos com a inscrição "Nabucodonosor, soberano da Babilônia de mar a mar". Quando Saddam Hussein se tornou presidente do Iraque, ele decidiu que cumpriria a missão proposta por Nabucodonosor, reconstruindo um palácio ornamentado o (Saddam Hussein's Palace Turned into Hotel) no local onde supostamente os Jardins Suspensos da Babilônia haviam existido. Ele também inscreveu seu nome nos tijolos do palácio, para estabelecer um legado.


Bibliografia:

angelfire.com
historia.abril.com.br
pessoas.hsw.uol.com.br
fehet.blogspot.com