Datada como a primeira civilização a se constituir na região mesopotâmica, os sumérios elaboraram técnicas que aproveitavam áreas de alagamento próximas aos Rios Tigre e Eufrates para a realização de suas atividades agrícolas. As condições favoráveis daquela região fizeram com que os sumérios se distribuíssem pelo território mesopotâmico construindo várias cidades. Por volta do século IV, já haviam sido criadas cerca de doze cidades- Estado naquela região.
Por volta de 10000 a.C., os primeiros grupos humanos sedentários passaram a se fixar na região da Mesopotâmia, dando os primeiros passos que marcaram o surgimento das primeiras cidades-Estado da região. Com o passar do tempo, avançadas técnicas de exploração dos recursos hídricos permitiram o incremento populacional e a constituição das primeiras cidades, como Uruk, formada em 4000 a.C..
Foi justamente nessa época que os sumérios – civilização oriunda do planalto iraniano – se fixaram na região da Caldeia, localizada entre a Baixa e a Média Mesopotâmia. Com o desenrolar de sua presença naquele território, os sumérios foram responsáveis pela fundação de doze cidades-Estado, como Quish, Ur, Nipur e Lagash. Marcando o desenvolvimento da chamada Revolução Urbana, cada uma dessas cidades era dotada de um núcleo urbano cercado por terras destinadas ao cultivo.
Tendo uma organização política descentralizada, cada um desses polos urbanos era controlado por um sacerdote auxiliado por um conselho de anciãos. Este chefe político era conhecido como patesi e tinha como tarefas primordiais a organização da população, o controle dos exércitos, a cobrança de impostos e a construção das obras hidráulicas e templos. O uso das terras era feito de maneira coletiva, já que os sumérios acreditavam que elas pertenciam aos deuses.
Paralelo ao desenvolvimento agrícola, os sumérios também foram capazes de firmar relações de comércio com outros povos da Antiguidade. O controle dessas atividades foi possível com o auxílio da escrita cuneiforme, concebida a partir da gravação de símbolos em blocos de argila posteriormente expostos à luz solar ou levado para uma fornalha. Esse código escrito, além de ter fins econômicos, também permitiu a criação de uma rica literatura, repleta de mitos, narrativas históricas, leis, fábulas e provérbios.
A autonomia política de cada uma das cidades sumerianas pode ser compreendida através dos vários conflitos envolvendo diferentes núcleos. Enquanto se desgastavam com a realização dessas batalhas, os povos semitas ocuparam regiões próximas da Suméria, formando a civilização acadiana. Por volta de 2400 a.C., conseguiram impor a sua hegemonia sob as cidades-Estado sumerianas. Já em 2330 a.C., o rei acadiano Sargão I promoveu a unificação da porção centro-sul da Mesopotâmia.
O período de ascensão do império acadiano foi relativamente curto, pois diversas tentativas de invasão militar enfraqueceram seriamente sua unidade política e territorial. Em 2180 a.C., os gutis – originários das montanhas da Armênia – empreenderam uma grande ofensiva contra várias cidades mesopotâmicas. Somente a cidade de Ur conseguiu reagir contra os gutis e impor sua dominação. Entretanto, por volta de 2000 a.C., os povos elamitas deram fim à supremacia acadiana.
Variedades
O acádio é divido em diversas variedades de acordo com a geografia e o período histórico:
· Acádio antigo — 2500 a.C. – 1950 a.C.
· Babilônio antigo/Assírio antigo — 1950 a.C. – 1530 a.C.
· Babilônio médio/Assírio médio — 1530 a.C. – 1000 a.C.
· Neo-babilônio/Neo-assírio— 1000 a.C. – 600 a.C.
· Babilônio tardio — 600 a.C. – 100
O calendário sumeriano
Os astrônomos sumerianos, grandes observadores e conhecedores dos mistérios celestes, criaram um calendário que dividia o ano em 12 ciclos lunares (meses) de 30 dias, ou seja, o ano tinha 360 dias. Cada mês tinha nomes que indicavam as épocas de determinadas atividades como: período das queimadas, da semeadura, da colheita, do cozimento dos tijolos, dos cultos religiosos, etc. O dia do calendário tinha início ao anoitecer e foi dividido em 12 períodos, ou seja, é como se a "hora sumeriana" correspondesse a 2 das horas atuais. Dividiram também estes períodos em 30 partes, como se cada "minuto sumeriano" correspondesse a 4 minutos.
Civilização de uma cultura invejável (apesar do calendário meio capenga, como veremos logoa adiante), os sumérios viveram pacificamente durante cerca de 3.000 anos. Elaboraram leis, construíram cidades-estado como Ur, Uruk, Lagash, Eridu e Nipur, desenvolveram um sistema de escrita muito eficiente, a chamada escrita cuneiforme, possuiam escolas, bibliotecas e dedicavam-se principalmente à agricultura e ao comércio. Esta civilização adiantada e rica acabou despertando o interesse dos vizinhos até que, ao redor de 2.300 a.C., foram invadidos e subjugados pelos acadianos. Apesar de serem os conquistadores, os acadianos, de civilização bem menos adiantada, acabaram absorvendo os conhecimentos e alguns dos costumes dos conquistados, acrescentando muito pouco ao que já se sabia na época.
Observando melhor o ciclo da Lua, os astrônomos chegaram à conclusão de que havia meses de 29 e meses de 30 dias. Isto fazia com que o ano lunar tivesse 354 dias. E mais. Os calendaristas perceberam que o calendário lunar sofria uma defasagem em relação às estações do ano, as quais dependem do Sol. Era preciso alinhar o ano lunar comercial com o ano solar, importantíssimo para a agricultura. Resolveram então intercalar um mês, que chamaram de iti dirig, para compensar a defasagem. Acontece que o iti dirig, de acordo com necessidades reais ou imaginárias, era usado sem critério e cada cidade fazia o que achava melhor. Por exemplo, inseriam 11 meses em 18 anos ou dois meses no mesmo ano. Resultado: o calendário sumeriano virou uma verdadeira bagunça.
Bibliografia:
mundoeducacao.com.br
brasilescola.com
povosdaantiguidade.blogspot.com
numaboa.com
fehet.blogspot.com