É um caso clássico de “Poltergeist”, envolvendo uma criança que diz ser atormentada por espíritos, que pode ser puxada ou jogada, completo com objetos sendo lançados a esmo. Embora as duas cenas em que o menino parece ser puxado de sua cadeira e então contra um muro possam intrigar, um segundo vídeo deixa mais claro o que ocorre aqui.
Aqui, o religioso Rohan Edwards tenta provocar o espírito a se manifestar. Embora – como no primeiro vídeo – nenhum objeto seja lançado em frente às câmeras, o garoto sim é “puxado” duas vezes e na segunda ocasião tenta lutar com o espírito. Desta vez, no entanto, a ação é bem menos convincente, e fica claro como o menino não é puxado por nenhuma força externa. Ele está simplesmente se jogando - AFFS.
Que não há espíritos malignos envolvidos aqui se torna evidente, mas o caso não envolve apenas um garoto pregando peças. Como em diversos caso Poltergeist, há um contexto que vai desde o folclore local até detalhes pessoais. Note, por exemplo, que em todas as ocasiões em que o garoto é “puxado” pelo espírito, sua mãe rapidamente o acode. Não só esta ação contribui, principalmente no primeiro vídeo, para a impressão de que o garoto realmente está sendo puxado por alguma força externa, enquanto ele se apóia na própria mãe, como talvez mais importante, evidencia como ele encontra conforto no que está fazendo.
“A consequência imediata dos comportamentos do menino é o aconchego da mãe”, ressalta a psicóloga Ana Arantes como uma hipótese explicativa aos eventos. “O ‘fenômeno paranormal’ pode ser mantido por reforçadores sociais muito fortes (atenção social, aconchego e proteção materna e provavelmente de outros membros da família) e, nesse contexto, é possível também que tenha sido modelado e aprendido nessa mesma comunidade”.
Embora o rosto da criança seja apropriadamente censurado para preservar sua identidade, também é possível ver que o menino sorri enquanto fala do fantasma que supostamente o traumatizou. “Imagino que seja um indício não de que ele esteja ‘mentindo’, isto é, manipulando a audiência intencionalmente, mas sim uma reação às consequências que ele consegue, que são reforçadoras, e portanto, percebidas como ‘agradáveis’”, comenta Arantes. “Não duvido que, durante o ‘fenômeno’ ele esteja numa situação de sofrimento (físico e psicológico). Imagine uma criança que crê firmemente estar sendo perseguida pelo espírito de um amiguinho? Deve ser muito assustador”.
No conflito entre superstição e razão, é fácil interpretar fenômenos assim como dicotomias em que ou se tem uma “autêntica” assombração aterrorizante ou “apenas” uma fraude insidiosa praticada por uma criança. O contexto psicossocial em que tais fenômenos ocorrem, convencem comunidades inteiras e chegam à mídia é no entanto sempre mais complexo. O caso lembra não só outros casos Poltergeist típicos, como também histórias clássicas como as fadas de Cottingley.
MITO, supostamente a mãe obrigou o Filho a fazer estes tipo de "teatro"
Fonte: Ceticismo aberto